Friday, September 12, 2008

Renovar, Recriar e Construir

Este é o tempo da mudança.
Sinto o vento bater-me na cara
Feroz que nem rugidos.
Apuro os meus cinco sentidos
E faço rumo à estrada.

Friday, September 05, 2008

Desassossego

Voava daqui hoje se pudesse
Para criar um mundo só meu.
Lá voariam balões, e confétis,
E flautas, e padeiros.
E eu dançaria, sem parar,
Ou parava, em determinados paradeiros
Onde estivessem os padeiros
Com pão para me dar.
Mas pão não queria somente
Que sou ser de alimento.
Embora esse alimente...
Quero mais para meu sustento.
Quero chupas, lolipops,
Quero fantasias e maçarocas,
Quero trocas e baldrocas,
Quero chocolates e piri-piri,
Quero um martini, e um daiquiri.
Saltar, pular, fugir,
Não raciocinar, cantar, fingir,
Ser real, cair na real, trocar um euro por um real,
Conseguir realmente curtir
Sambar, valsar, rir,
Casar com um amendoim.

Hoje vou brindar a um rim.

Sunday, August 31, 2008

Olá, tudo bem, como estás, sabeis quem sou?

Conto-me, escrevendo,
Que dizem muito, as palavras,
Ainda que disfarçadamente.
Sempre pela calada, estou cá.

Também a vida passa por mim (e eu passo por ela),
E vamos passando, continuamente,
Sabendo que, eternamente,
Seremos fruto do mesmo cérebro.

Há o que muda, e o que fica,
E o que vai, e o que volta,
Sabendo que, outrora,
Fomos alguém que, agora,
Desconhecemos.

Pois foi, aprendemos.

Thursday, July 31, 2008

Caminhando numa corda verde

Se caminhando não tropeço
Em asfalto, e desertos, e areais
Eis gritos de asfixia, qual silêncio
É um morro numa terra plana
E, de falhas, sei eu mais.

É algo quase inexistente
E se amor, seria platónico.
Mas sabemos que a carne cede
E nada nos parece perfeito.

Sem medo seriamos apenas uma cereja no topo de um bolo.

Monday, July 07, 2008

São castanhos

Os teus olhos conseguem alcancar
Longe, pr'além do aparente.
E chegam perto, mesmo sem propósito,
Sem similar, e sem antecedente,
Pois não com os olhos me olhas somente
Mas com a tua maneira de olhar.

São tão castanhos. De um castanho tão escuro.
Daquele castanho das castanhas, mas ainda mais escuro.
Sim, muito mais escuro.

Lucy's Song

How beautiful at eventide
To see the twilight shadows pale,
Steal o'er the landscape, far and wide,
O'er stream and meadow, mound and dale!

How soft is Nature's calm repose
When ev'ning skies their cool dews weep:
The gentlest wind more gently blows,
As if to soothe her in her sleep!

The gay morn breaks,
Mists roll away,
All Nature awakes
To glorious day.
In my breast alone
Dark shadows remain;
The peace it has known
It can never regain.

Charles Dickens



What a rush...
And how calm I am, now.
I felt like screaming... but I didn't.


Ouvindo Paolo Nutini, Autumn.

Tuesday, June 17, 2008

A Lua está cheia!

E eu, vazia.

Porque é que a lua é bonita se "lua cheia" rima com "feia" ? Perdi a vontade de fazer poemas sobre a lua.



Hoje queria a lua feia.

Que falta !

Complicadíssimo.

Descomplicando.

Simplificação.

Simplificar.

Simplifico.

Simples.


Falta-me qualquer coisa disto.

Saturday, June 14, 2008

Falar consoante

Olhou p'ra mim, trabalhador cansado,
Proferiu palavras que não sei repetir.
Repito o que sei, modificado,
Sei que não o digo bem, de facto
Mas sei que me fez sorrir.

- Os dias agora são longos e começam cedo. Às seis, é dia.
- Tem razão.
- Está quase a mudar a estação. Isso dá para perceber... Não se precisa de um calendário.
- Hmm.
- O Solestício de Verão e agora, em Junho.
- É?
- É. Vivi em Angola, sabia destas coisas porque se sabia. Falávamos disso, as pessoas notavam e comentava-se.
- É... Na prática é que se aprende verdadeiramente.
- É como falar noutra língua. Aprendi inglês e francês. Menos francês que inglês, nunca percebi muito bem a língua. Mas achava que sabia! Só que, conversando com um francês, por mais que o percebesse, não conseguia responder!
- Conheço o problema... Uma vez, uma amiga, querendo falar francês, usou termos ingleses à mistura. Foi giro.
- É falar consoante. Ensinou-mo uma amiga minha. Falamos determinadas línguas ou usamos determinadas palavras consoante as necessidades. Olhe, usando palavras em inglês, lá pensou que a francesa entendesse!
- Talvez, toda a gente sabe um pouco que seja de inglês...
- Mas não é só a falar. As pessoas, em geral, vão fazendo as coisas consoante. Consoante precisam, consoante querem.
- Consoante... Bem, desconhecia a expressão.
- É...! Mas olhe que é assim. E olhe, saiba também, que não há espertos e burros. Há gente com sorte, ou com falta dela! Mas as pessoas julgam-nos sempre como burros, ou espertos! Ou inteligentes! De certeza que nunca ouviu dizerem: "Ah, aquele é muita esperto, mas correu-lhe mal!" Não! Dizem logo: é burro!

Certezas de um taxista, às seis da manhã.

Fora do meu elemento, eu gesticulo

Gesticulo esperando que me entendas,
Outrora serei uma incompreendida e uma estranha.
Isto porque ora te escondes, ora te desvendas,
E eu desvendo-me na minha própria manha.

Gesticulo esperando que me oiças,
Que as palavras não falam alto que chegue.
Há quem tente compreeder, não obstante,
Mas ficando a meio caminho não há gente
Que faça a outra metade restante.

Gesticulo esperando por ti,
Que há quem já não me veja, mas que outrora vi,
Que pensando ter visto então demais,
Fugiu correndo bem depressa e jamais, jamais
Saberá que no fundo, eu percebi.

E eu gesticulo, fora do meu elemento.

Friday, June 13, 2008

Sexta Feira Treze.

Leva-me contigo, Sexta Feira Treze,
Que és misticidade insustentada.
Leva-me contigo quando vestir collants riscadas
E quando te vestires de rigorosamente nada.










Thursday, June 12, 2008

Sabadola sabádo sabadí... Bim bá Bum!

Se te perdi?

- Com os olhos que te vi... não te perdi, não.


Sabes que o sono
Sabes que a luz
Sabes que tudo
Me seduz?

Será tão alto
Tão mais que o Sol
(O som do bemol...)...
É um salto.
Corro,grito,
fujo, e então medito.

Onde estás?

- Estou aqui, fiel jardineiro!

Fiel?
Sábado e sabadi.
Um sabes qual é. O outro?
Perdi.

Impossível.
Impossíveis, palavras com bá,
Quanto mais sabadi, ou sabadá.

...


A noite trouxe em si um queixume
Chegou sem avisar, e disse baixinho
"Já não serves para poemas..."
E eu sabia.
Tudo em mim fingia.
Criando em volta do nada,
Do sabadi e do sabadá
Encontrei tamanha dificuldade
Corri a mentira e a verdade
E quando cheguei...já não estou cá!
Ahahah...
Sabeis que é mais isto?
É medo de ser visto.
A coesão e realidade estão longe
E por mais que as busque
Há sempre algo que me ofusque...
Mas é no lusco-fusco da Primavera
Que brota qualquer coisa
Qualquer coisa de nada, qualquer coisa sincera
Que a sincerdade é fera.
Ahahah...

O dia de hoje trouxe mais encanto
Que sabia trazer um mês.

Sabiam ser possível guardar felicidade num casulo?

Tuesday, June 10, 2008

O verdadeiro estilo Grandiloquente

- "Zé?!"

- "Zé, anda cá! Não vás ter com os outros..."

- "Hey, que grande!"

- "Ainda é maior que ela..."

Beleza...Amor!

De pais, para filhos.
Entre amigos.
De dona, para cão.
Entre colegas.

Beleza e amor num olhar.

- É teu?
- É. Porquê?
- Nada. Tens sorte.
- Tenho?
- Não tens?

(Silêncio)

- Todos temos sorte.
- Temos?
- Ou sortes. E azares. Sortes e azares, alternadamente.
- Humm...
- Não acreditas?
- A vida é mais que isso. Não simplifiques.
- Simplifico, para explicar a vida. Que a vida é simples... as pessoas é que a complicam.
- Que parvoíce...
- Talvez. Como vês, complico. Com parvoíces.

- Zé! Anda cá!

- Mas ainda bem que não interpretamos a vida de uma forma tão meramente simplista. Agarrando-nos às coisas, tornamo-las maiores que a vida.
- Que a própria vida?
- Por vezes.
- Deves estar maluco...
- Estou apaixonado.
- Bem disse que estavas maluco...
- Louco, mesmo. Apaixonado pelas simples coisas da vida...
- Então a vida tem coisas simples ou é simples por si própria e são as nossas interpretações complicadas?
- A vida é simples, com coisas simples, e cheia de interpretações simples, e complicadas.
- E como interpretas tu as coisas?
- Sempre da melhor maneira possível.
- Como sabes?
- Continuando apaixonado...

- Lindo menino...
- Está todo babado.
- Sim, babadolas, como sempre. Mal chegue a casa vou tomar banho.

- Não vês as horas? É tarde.
- Tens razão.
- Adeus.
- Um beijo.
- Dois.

Sunday, June 08, 2008

Ambíguo . Ilógico . Recente . Inesperado (?) . Dito.

Aquilo não foi realmente para mim...foi?

Can I believe in it?

Can we really believe in something?

Can I still have the hope?

Can we hope for a better future?

O presente é momentâneo, e o futuro é agora.

Ainda procuras?

Eu procuro.

Por ti.

Por mim.

Para mim.

Para todos.

Frases soltas - estou fraccionada.

Fracções de mim, por aí. Umas na Terra, outras no céu.

Loucura? May be - I'm stuck, and I'm running away.

But I am just the way I am, the way I was, the way I want to be.

Happy! Happiness, happily, happily ever after !

After what? After realising I'm not a fake.

I am here.

I need to know where you are.

Are you still looking for my signs?

With the... bio-electrical impulse transfered to your brain?

Am I being too direct here? Because I don't wanna hurt feelings.

I just want an answer... "Is it me you're looking for?"

I really don't want more than an answer.

Or your silence.

Friday, December 14, 2007

Que pilha...!

Ando tão stressada que nem sono tenho.
Sinto-me em baixo. Não triste, em baixo. Em baixo de forma, exausta, cansada.
Por isso não tenho vindo escrever... Com a exaustão chega a falta de criatividade, e cada momento livre tem sido ocupado com outros afazeres...
No entanto, estou bem. Estou feliz.

Prometo vir dizer alguma coisa de jeito quando tiver as minhas capacidades restabelecidas.

Wednesday, December 05, 2007

Assimilação

Assimilo tudo.

Sinto.

Sinto de novo.

Sinto e entristeço.

Sinto e enlouqueço.

Sinto e quero sentir!

Sinto e sinto-me bem...

Sinto e sinto-me muito bem!

Sinto-me bem como não sei se já senti!


Mas tenho de reler tudo, todos os pontos, para fundamentar o meu sentir, que o mundo vive de conclusões.

Mensagem para ti

Todos procuramos sinais. Sinais de esperança, sinais de reciprocidade, sinais de outro... Às vezes procuramos para além disso, e às vezes nem nos apercebemos, até termos a resposta. Essa,por vezes vem tarde... Mas o tarde,nalguma altura será presente, e aí sim, difrutaremos do que ambicionamos. Triste é não viver o que se quer por factores que nos transcendem.
Hoje não tenho sinais que deixar. Sou eu,simplesmente eu que tu tens, e tens de uma forma que nem eu sei descrever. Porque lês, procuras, e neste post não deixo mesmo nada. Sinto que não tenho mesmo nada que deixar (por agora).

É. Tens razão. Sou mesmo complicada. Eu escrevo e nem sei bem o que quero escrever... Se calhar nem faz sentido. Neste momento, para mim, pouco faz sentido. Só o chocolate no leite, as horas no relógio e a derme seca das mãos.

Sim,tu,tu tens razão.


Tu que lês e que achas que eu não faço sentido.

Ele há seres


Tuesday, November 27, 2007

A coisa das tabletes de chocolate

Há algo no chocolate que me faz amá-lo e detestá-lo simultaneamente, e é por isso que prefiro substituí-lo por um gelado ou coisa parecida. É tãããão viciante... Tão bom! E acontece-me sempre o mesmo: "Já comi duas filas,mesmo?!" É isso que me chateia. Não que alguém me proíba de o comer - como diz Jerry Seinfeld, só quando os nossos pais andam em cima de nós é que nos é completamente impossível comer todos os doces que queremos - mas tenho uma certa preocupação com as quantidades destes açucares. E não é só isso... Nunca me deixa completamente satisfeita! Acabo de o comer e... e depois? Depois quero mais qualquer coisa. Deve ser esse o mal que Ricardo Reis encontra nos prazeres excessivos - a sua efemeridade. E eu encontro-a... no chocolate.

Agora penso. Não faz sentido que em estados pseudo-depressivos ou depressivos mesmo, pós-relação ou em simples "situações chatas" as pessoas recorram ao chocolate! Afinal, porque é que é ele que nos socorre? Porque é excepcionalmente bom e porque nos sentimos excepcionalmente mal. Só com dois extremos opostos encontramos o meio, e, dizem, é no meio que está a virtude. Mas bem vistas as coisas, talvez o chocolate só piore tudo. Porque a sensação que nos dá é efémera. Esvai-se. É ilusório. Dura pouco. E de que serve iludir uma dor? É como por um penso sobre uma ferida, e quando pensamos que está tudo ok, tiramo-lo, e aí reparamos que foi a parte da cola que ficou sobre a ferida. (Ok, mas onde é que eu ando com a cabeça? Isto era para ter piada, mas agora acho que é apenas sádico.)

Em suma, não há muito que concluir... Acho que dos textos escritos as melhores conclusões que se podem tirar são as do leitor. Porque para quem escreve, a conclusão está nas palavras do próprio desenvolvimento... E uma conclusão disso mesmo seria perífrasear (nem sei se o termo existe) .

Monday, November 05, 2007

Escrita,forma de expressão!

Ai! Que tinha tanta sede de escrever! E tenho mais ideias... ideias para dizer que há tantas maneiras de comunicar, de me deixar transparecer! Seja através de mensagens ocultas ou de teorias provavelmente muito influenciadas pelo que me rodeia, a escrita dá-me a oportunidade imensa de me expressar! E quando escrevo,sinto que adormeço... Tento-me lembrar desse momento em que grito e lembro-me vagamente! Adormeci! Adormeço constantemente nas palavras... Às vezes tenho tanto sono...