A Maria partiu.
Chamo por ela às vezes, mas as vezes perdem-se nas contas que faço e faço contas à vida.
A Maria não vai voltar.
Sei disso por causa das circunstâncias e circunscrevo-me nelas, com letras que se encontram num desespero de realidade.
"Maria, tanto queria que ouvisses agora,
Agora que as letras falam alto, porque falam para ti.
Estão, são, dirigidas a ti num desabafo,
Pois que o amor não se divide,
Multiplica-se infinitamente no tempo.
E o espaço, esse, é definido pelos Deuses do destino."
- Acreditas no Destino, Maria?
"Eu sei que posso acreditar, ou que consigo fazê-lo,
Acreditar,
Acreditar que podes, se eu quiser, voltar,
Aqui, no meu pensamento.
Este meu espaço pertence às minhas pálidas mãos,
E tracei-o com lápis de cor e de cera,
Que se a saudade é fera,
É também uma doce campainha."
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