Monday, July 06, 2009

Pedaço de madeira que (em mim) arde

"Foi tão fogaz que nem deu"

Pois que foste embora,
e não mais saberei de ti.

O em mim que jaz ardeu
Qual cinza e pó e rasto,
Sublime Sol nefasto
E em mim, fico eu

Sombra de mim mesma e sem grão de ponta que segure o que ficava, latente,
Luzindo em forma de brio o que só em mim é patente.

Eu estou aqui

À luz dos fragmentos que me compuseram,
Que se ontem fosteis trinta, e mo disseram,
hoje trago unicismo inigualável
De tal forma inquebrável
Que, se fosse fogaz, não seria eu.

Porque, se ontem dava, hoje não deu
Quão sagaz é o tempo que passa (e se passa!).
Procuro meios de te dizer adeus, poeticamente,
Que só me lembro e sei lembrar que o mundo,
só hoje, por hoje, irritantemente,
é meu.

2 comments:

Barreira said...

Mariiaaa! gostei!

Luis said...

obrigado por partilhares o "teu" mundo a alguém..