Foi por ontem me teres pintado
Que hoje te sei escrever.
Monday, October 26, 2009
Wednesday, October 21, 2009
Bicho
Tenho um bicho por dentro
Que me está a comer.
Caramba! Queria-o fora
Fora daqui,
Que me corrói, de fora e no centro,
Juro que é um tormento
E está-me a endoidecer.
Isto é...
Desde a aurora, que se faz escurecer.
É um bicho feroz, ofensivo,
Sai-se por meio das entranhas,
E vem-se, cheio de manhas,
Dizendo-me coisas estranhas
Que não consigo entender.
Só o consigo é sentir
Que ele não fala,
mas faz-se ouvir.
Odeio-o. Odeio-o na substância
Como se odeia a chuva num vendaval.
Não pertence! Não tem de estar
Mas está, na inevitabilidade da presença.
Eis odiável e odiosa pertença
Pois a dor é minha e dói tanto
Que é doença.
Que me está a comer.
Caramba! Queria-o fora
Fora daqui,
Que me corrói, de fora e no centro,
Juro que é um tormento
E está-me a endoidecer.
Isto é...
Desde a aurora, que se faz escurecer.
É um bicho feroz, ofensivo,
Sai-se por meio das entranhas,
E vem-se, cheio de manhas,
Dizendo-me coisas estranhas
Que não consigo entender.
Só o consigo é sentir
Que ele não fala,
mas faz-se ouvir.
Odeio-o. Odeio-o na substância
Como se odeia a chuva num vendaval.
Não pertence! Não tem de estar
Mas está, na inevitabilidade da presença.
Eis odiável e odiosa pertença
Pois a dor é minha e dói tanto
Que é doença.
Tuesday, October 13, 2009
Ali
Grito por nós, pois que posso,
Pois que trago em mim cantar,
Grito, canto, rio e troço,
(Só dos outros que não cantam),
Pois eu canto até chorar.
E cantaremos os dois, por aí fora.
As flores, colhê-las-emos pela manhã,
Esquecendo-se-nos então as bocas de gritar.
O silêncio aí será merecido
Terá já o grito vencido
E o olhar também gosta de falar.
E correremos os dois, p'lo campo fora,
Descalços, queira-nos a relva receber,
Nessa corrida que se faz por aí fora
Onde o tempo esqueceu a hora
E demora a escurecer.
Até já, meu amor.
Pois que trago em mim cantar,
Grito, canto, rio e troço,
(Só dos outros que não cantam),
Pois eu canto até chorar.
E cantaremos os dois, por aí fora.
As flores, colhê-las-emos pela manhã,
Esquecendo-se-nos então as bocas de gritar.
O silêncio aí será merecido
Terá já o grito vencido
E o olhar também gosta de falar.
E correremos os dois, p'lo campo fora,
Descalços, queira-nos a relva receber,
Nessa corrida que se faz por aí fora
Onde o tempo esqueceu a hora
E demora a escurecer.
Até já, meu amor.
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