Saturday, November 14, 2009

traço

Eu não acredito mais em ti.
Porque se disse nunca, e nunca o será,
Mentira fora desde o tempo em que expectava.
Ou até esse tempo, bendito sejas,
olvido a morte da esperança,
Que onde quer que tu estejas
aqui manténs pequena herança.
Serás tu, ou serei eu,
ou seremos nós o luar.
Se o Sol não brilhar,
(ainda que apartados)
Será pelo eclipse.

Quer queiras,quer não,
Sabes que o tempo espera
Onde não espera a certeza,
Que a apatia é a revolta da indiferença.
Que seja a revelia a presença da ideia
embora macaca que não se penteia,
Que estarás perto, ainda que pelo fantasma.

Fantasma? Fantasma da carta?
É o velho súbdito do ser que prevalece
Onde o morto se esquece
Mesmo que existe.
Pois que a dor persista,
Já que a emoção não é mais que detalhe da hora.
Embora pareça que demora,
Não é mais que o segundo.

Ficas, estás, no fundo,
No meio desse pirinéu,
Tamanho seja o submundo,
Que se é o teu mundo
Quisera que fosse meu.

Odeio gostar assim.

Odeio gostar (de ti) assim. (mas eu sei que gostas de mim)

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