Há uma flor de que eu gosto, e é a gerbera. De todas as cores que pode ter, prefiro vê-la amarela.
Às vezes vendem gerberas à porta de minha casa, na Avenida 22 de Dezembro, e quando as compro é para oferecer à minha mãe, que gosta de flores amarelas.
A gerbera tem um caule comprido e muitas pétalas, fininhas. O centro é mais escuro que elas, geralmente. Quando as pétalas são amarelas, o centro é castanho e parece peludo. Às vezes faço-lhe festinhas. É, literalmente, fofinho.
Eu gosto de gerberas. Elas comunicam comigo quase naturalmente - confesso que nos esquecemos das questões de mediação e de interditos quando estamos juntas - e com uma linguagem muito simples. Eu olho para ela, e ela fica. Gosto de a contemplar e às vezes consegue transmitir-me a calma que a caracteriza. É giro.
Eu gosto de gerberas. Gosto especialmente das amarelas, que me lembram a minha mãe - eu gosto da minha mãe. Brilham muito e chegam a parecer sóis. Quando as ofereço à minha mãe e ela sorri também parece um sol.
Eu gosto de gerberas. Devia haver mais canteiros pelo mundo fora. Nos passeios, entre as pedrinhas, gostava que crescessem gerberas. Assim podia, de vez em quando, trazer uma flor no cabelo. Então se fosse amarela é que era! É que eu gosto da cor, e é até a cor do meu cabelo.
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