Thursday, February 02, 2012
Monday, January 23, 2012
omnipresença (não)
Conheço-te quando estás
e quando sei que a tua mão cruzará com a minha
para sentir a tua pulsação,
a tua dor, a tua água,
és chuva que cai na plantação
das mais belas flores.
És o corpo mais presente de todos os corpos,
vejo-te crescer em todos os frutos
que vou colhendo, porque sei que lá estarás,
e nasces três vezes em cada um deles.
É, sou eu que te reproduzo no olhar,
cega que estou de tanto te querer ver.
Conheço-te quando vais
porque ficas sempre.
E a mão, que agora não encontra outra,
pede ao espelho que a acompanhe,
enquanto a ideia de ti aquece o reflexo
daquele corpo que também tu és.
Mas este lugar é controverso
porque não és a ideia de ti.
És filho da minha irracionalidade,
triplico-te, toco-te na superfície gelada,
és a chuva, és o mar e as flores.
Se te penso é porque que estás longe,
por isso, meu amor, não demores.
e quando sei que a tua mão cruzará com a minha
para sentir a tua pulsação,
a tua dor, a tua água,
és chuva que cai na plantação
das mais belas flores.
És o corpo mais presente de todos os corpos,
vejo-te crescer em todos os frutos
que vou colhendo, porque sei que lá estarás,
e nasces três vezes em cada um deles.
É, sou eu que te reproduzo no olhar,
cega que estou de tanto te querer ver.
Conheço-te quando vais
porque ficas sempre.
E a mão, que agora não encontra outra,
pede ao espelho que a acompanhe,
enquanto a ideia de ti aquece o reflexo
daquele corpo que também tu és.
Mas este lugar é controverso
porque não és a ideia de ti.
És filho da minha irracionalidade,
triplico-te, toco-te na superfície gelada,
és a chuva, és o mar e as flores.
Se te penso é porque que estás longe,
por isso, meu amor, não demores.
Thursday, January 19, 2012
Até amanhã, de Eugénio de Andrade
Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.
É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.
É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.
Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.
É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.
É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.
Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.
Thursday, December 15, 2011
Sunday, December 04, 2011
Friday, October 28, 2011
Thursday, October 27, 2011
Wednesday, October 26, 2011
Wednesday, October 19, 2011
"Don't fall in love with yourself"
Zizek em Wall Street.
“We’re not dreamers. We’re awaking from a dream turning into a nightmare. We’re not destroying anything. We’re watching the system destroy itself.”
Aqui: http://roarmag.org/2011/10/zizek-at-wall-street-protest-dont-fall-in-love-with-yourself/
“We’re not dreamers. We’re awaking from a dream turning into a nightmare. We’re not destroying anything. We’re watching the system destroy itself.”
Aqui: http://roarmag.org/2011/10/zizek-at-wall-street-protest-dont-fall-in-love-with-yourself/
Tuesday, October 18, 2011
Thursday, September 29, 2011
Thursday, September 22, 2011
do António Aleixo, Grande
Há luta por mil doutrinas.
Se querem que o mundo ande,
Façam das mil pequeninas
Uma só doutrina grande.
Se querem que o mundo ande,
Façam das mil pequeninas
Uma só doutrina grande.
Monday, August 08, 2011
- no subject -
É como
se a soma de todas as coisas
e de todos os sonos dormidos
me trouxesse
até aqui,
propositadamente,
acreditando que na dança das folhas
das árvores
há sentido para este passeio.
se a soma de todas as coisas
e de todos os sonos dormidos
me trouxesse
até aqui,
propositadamente,
acreditando que na dança das folhas
das árvores
há sentido para este passeio.
Tuesday, July 05, 2011
ficando moribunda
É a não-fome e o falso jejum
estou sempre tão cheia
de não te ter aqui.
E ali, onde paras,
são as horas e são as demoras
o meu corpo em revoltas.
eis que
decidiu o ventre rebentar em vértebras.
estou sempre tão cheia
de não te ter aqui.
E ali, onde paras,
são as horas e são as demoras
o meu corpo em revoltas.
eis que
decidiu o ventre rebentar em vértebras.
Thursday, May 19, 2011
Friday, May 13, 2011
brinco ou argola doirada
ainda te tenho
ainda te tenho cá dentro, ciganita,
e rodas as saias de malhas que trazes
vestidas, e rodas sabendo que nas investidas
que fazes
trazes contigo um vendaval.
oh, quisera saber-te eu sempre aqui
sem ter de recorrer ao mercado comum.
mas folgo a fome que me matas depois de tanto jejum.
ainda te tenho cá dentro, ciganita,
e rodas as saias de malhas que trazes
vestidas, e rodas sabendo que nas investidas
que fazes
trazes contigo um vendaval.
oh, quisera saber-te eu sempre aqui
sem ter de recorrer ao mercado comum.
mas folgo a fome que me matas depois de tanto jejum.
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