GRITOS
Gritos
Gritos
Suspiros que não são bonitos
nem na forma, nem na essência
sorrisos que estão restritos
a uma triste complacência
está bem
está bem
está mal
Já ouvi, está mal,
dá-me licença que quero passar.
Já é de dia e está sol
e tenho pressa de mudar.
eu deixo
tu deixas
avancemos
Ainda está escuro (trouxe óculos)
e sinto a pele a arder,
tenho medo.
"Se somos um espectro de luz - como as estrelas e não o planetas - e se a luz nos alimenta, vamos ficar obesos de bronze!"
Já não tenho medo
mas ainda não fervo
por dentro.
O espectro é ainda servo
de uma luz em escuro-claro
que é o meu amparo.
Amperes, amperes,
mulheres,
luminosas mulheres
brilhantes,
na forma e no resto
que é bem maior
que o Universo.
Sou eu
E tu
E ela
Lua nova na cidadela.
Sunday, May 30, 2010
Sunday, May 23, 2010
the screaming head says
Quero rasgar as cartas que te escrevi
ou queimá-las, para não ter mais de as ver,
mas temo o cheiro que tragam as cinzas.
quero esquecer,
quero esquecer as melodias,
as tuas mãos, as fotografias,
os dedos entrelaçados os olhos
os fados e os folhos das saias que usei
só para te ver sorrir. quero
quero esquecer a vontade, a beleza,
a saudade, a certeza,
deixar-me de prantos
que são tantos, são
são tantos.
Talvez te devesse dar as cartas
e gritar-te ao estômago, pelas borboletas,
tudo de um só fôlego,
sem cinismos, sem letras,
sem mecanismos ou mediações.
Quisera eu ter vários corações
para poder dividir o tanto que trago,
ou queimar as cartas, descoraçada,
que são elas mais tuas que minhas e,
afinal, não valem de nada.
ou queimá-las, para não ter mais de as ver,
mas temo o cheiro que tragam as cinzas.
quero esquecer,
quero esquecer as melodias,
as tuas mãos, as fotografias,
os dedos entrelaçados os olhos
os fados e os folhos das saias que usei
só para te ver sorrir. quero
quero esquecer a vontade, a beleza,
a saudade, a certeza,
deixar-me de prantos
que são tantos, são
são tantos.
Talvez te devesse dar as cartas
e gritar-te ao estômago, pelas borboletas,
tudo de um só fôlego,
sem cinismos, sem letras,
sem mecanismos ou mediações.
Quisera eu ter vários corações
para poder dividir o tanto que trago,
ou queimar as cartas, descoraçada,
que são elas mais tuas que minhas e,
afinal, não valem de nada.
Wednesday, May 12, 2010
Penso
Parto para procurar perdidas
Pérolas, porque perdi pedaço,
Parto parco palavroso, pois
Passei, ponderei, pondero, passo,
Peço paciência para provável percalço.
Pérolas, porque perdi pedaço,
Parto parco palavroso, pois
Passei, ponderei, pondero, passo,
Peço paciência para provável percalço.
Tuesday, May 11, 2010
Visão
Vejo vastos vales verdejando
Varrendo vagas vicissitudes.
Violetas vaidosas viajando,
Veio vento, veio voando,
Voam violetas voltando.
Varrendo vagas vicissitudes.
Violetas vaidosas viajando,
Veio vento, veio voando,
Voam violetas voltando.
Sunday, May 09, 2010
No móvel, imóvel
Era um cacho de uvas em cima da mesa
e tu, sorrindo encantadoramente,
percebeste que o cacho de uvas em cima da mesa
era eu.
Valha-nos o Deus e os tempos,
que em alturas de tristeza
decidiu, sua alteza,
ser uvas!
- Anda trabalhar,
vem, estuda, pensa,
canta, sorri! Eu trouxe,
eu trouxe um presente
para ti.
Sorris, continuas percebendo,
acho até que a culpa disto é tua.
Mas o sorriso não é malicioso,
e o fardo, a mim, não pesa,
acho que estamos num estado de gozo
que ninguém percebe e, a mim,
não me interessa.
- Mamã, a Maria não está,
não andes aí a pedir-lhe coisas.
- Não está? Mas ainda agora...
- Teve que ir embora. Deixa.
Gosto de te ver assim o cabelo,
encaracolado, tocando-te no pescoço,
e a mim gosto de me ver o roxo,
a pele e o caroço.
Tudo é grande, é rosadinho,
e eu não tenho caminho.
e tu, sorrindo encantadoramente,
percebeste que o cacho de uvas em cima da mesa
era eu.
Valha-nos o Deus e os tempos,
que em alturas de tristeza
decidiu, sua alteza,
ser uvas!
- Anda trabalhar,
vem, estuda, pensa,
canta, sorri! Eu trouxe,
eu trouxe um presente
para ti.
Sorris, continuas percebendo,
acho até que a culpa disto é tua.
Mas o sorriso não é malicioso,
e o fardo, a mim, não pesa,
acho que estamos num estado de gozo
que ninguém percebe e, a mim,
não me interessa.
- Mamã, a Maria não está,
não andes aí a pedir-lhe coisas.
- Não está? Mas ainda agora...
- Teve que ir embora. Deixa.
Gosto de te ver assim o cabelo,
encaracolado, tocando-te no pescoço,
e a mim gosto de me ver o roxo,
a pele e o caroço.
Tudo é grande, é rosadinho,
e eu não tenho caminho.
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