hoje, num lapso dos tempos e das memórias,
lembrei que muito há de matemática na poesia
e na vida, e na poesia da vida, das histórias
que não remetem apenas a glórias de tempos passados
mas ao traçar de uma velha geografia.
tudo é poesia.
Wednesday, December 29, 2010
Monday, December 27, 2010
manjar
E come
e come
e come,
mais fruta,
chocolate,
mais bolos,
as flores!, não!, as flores não!
mas é tarde, Trazes as mãos de polvo
com que por vezes escreves
e de onde sempre o prazer louco,
que achas pouco, provém.
Grita o pai, o avô, grita a mãe!,
eis banquete de beleza extrema
em que o lugar da contenda
dá forma à tradição.
Mas, e daí, as flores não,
o chocolate,
e as frutas,
e, ai, os bolos também.
Polvo na mesa, falo da tua mão,
e já pouco há que manjar.
Restam os gritos, os apitos,
as pessoas a celebrar,
as barrigas cheias e
cheias as flores de pesar,
não porque restem, mas porque sobram
as pétalas.
"e as texturas, os odores,
os hortos cheios de amores
e o carinho, onde pára o vinho
que se faz para beber? sóbrios,
sóbrios de tanto que é podre,
que se perdem no caminho
e sozinhas ficamos na jarra."
A mesa ficou vazia.
e come
e come,
mais fruta,
chocolate,
mais bolos,
as flores!, não!, as flores não!
mas é tarde, Trazes as mãos de polvo
com que por vezes escreves
e de onde sempre o prazer louco,
que achas pouco, provém.
Grita o pai, o avô, grita a mãe!,
eis banquete de beleza extrema
em que o lugar da contenda
dá forma à tradição.
Mas, e daí, as flores não,
o chocolate,
e as frutas,
e, ai, os bolos também.
Polvo na mesa, falo da tua mão,
e já pouco há que manjar.
Restam os gritos, os apitos,
as pessoas a celebrar,
as barrigas cheias e
cheias as flores de pesar,
não porque restem, mas porque sobram
as pétalas.
"e as texturas, os odores,
os hortos cheios de amores
e o carinho, onde pára o vinho
que se faz para beber? sóbrios,
sóbrios de tanto que é podre,
que se perdem no caminho
e sozinhas ficamos na jarra."
A mesa ficou vazia.
Thursday, December 23, 2010
ideia
Não, não vou a outras fontes que não as tuas
matas-me a sede sem ter que beber
só de olhar, a fundo, e
sem saber onde pára o mundo
dás-me vida e luz e saber.
matas-me a sede sem ter que beber
só de olhar, a fundo, e
sem saber onde pára o mundo
dás-me vida e luz e saber.
Monday, December 20, 2010
Euforia
cai neve no cérebro vivo do imaculado - dizem
que este milagres só são possíveis com rosas e
enganos - precisamente no segundo em que a insónia
transmuda os metais diurnos em estrume do coração
dizem também
que um duende dança na erecção do enforcado - o fulgor
dos sémenes venenosos alastra no brilho dos olhos e
um sussurro de tinta preta aflora os lábios
fere a mão de gelo que se aproxima da boca
o vómito da luz ergue-se
das palavras ditas em surdina
a seguir vem o sono
e o miraculado entra no voo dos cisnes
o dia cansa-se
na brutalidade com que a voz se atira contra as paredes
abrindo fendas
em toda a extensão das veias e dos tendões
quando desperta com o crepúsculo
o miraculado olha-nos fixamente e sorri
dá-nos uma rosa em forma de estilete - fechamos os olhos
sabendo que este é o maior engano
da eternidade
Al Berto
que este milagres só são possíveis com rosas e
enganos - precisamente no segundo em que a insónia
transmuda os metais diurnos em estrume do coração
dizem também
que um duende dança na erecção do enforcado - o fulgor
dos sémenes venenosos alastra no brilho dos olhos e
um sussurro de tinta preta aflora os lábios
fere a mão de gelo que se aproxima da boca
o vómito da luz ergue-se
das palavras ditas em surdina
a seguir vem o sono
e o miraculado entra no voo dos cisnes
o dia cansa-se
na brutalidade com que a voz se atira contra as paredes
abrindo fendas
em toda a extensão das veias e dos tendões
quando desperta com o crepúsculo
o miraculado olha-nos fixamente e sorri
dá-nos uma rosa em forma de estilete - fechamos os olhos
sabendo que este é o maior engano
da eternidade
Al Berto
Wednesday, December 01, 2010
pedaço
Caras sorrindo e esqueletos abrindo em flores
amores, tudo em festa, porque é esta
a rua certa no caminho à coisa-do-lado.
Nem é fado ou sorte do trevo,
é pralém do que escrevo e
é o brilho do servo interno,
eterno à construção dos edifícios,
prédios de canção e apego
de sorrateirices e desassossego
de brilhantarias ou misérias
ainda assim sérias
no objectivo comum da dança.
amores, tudo em festa, porque é esta
a rua certa no caminho à coisa-do-lado.
Nem é fado ou sorte do trevo,
é pralém do que escrevo e
é o brilho do servo interno,
eterno à construção dos edifícios,
prédios de canção e apego
de sorrateirices e desassossego
de brilhantarias ou misérias
ainda assim sérias
no objectivo comum da dança.
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