Friday, October 09, 2020

a saudade vem de dentro e mói

Habituar o corpo à ideia da ausência
para que depois a cabeça o entenda em círculo,
e ambos aceitem a falta.

É um aperto seco,
um constrangimento na barriga
e é respirar fundo.

Uma presença ausente
que se quer ali, e agora,
e quero-te aqui, e agora, 
e não há nada a fazer
a não ser escrever.

Jorrar em tinta aquilo que está no peito.
Não saber onde estás,
ou quando vens,
ou se vens.
Não vens.