Tuesday, November 27, 2007

A coisa das tabletes de chocolate

Há algo no chocolate que me faz amá-lo e detestá-lo simultaneamente, e é por isso que prefiro substituí-lo por um gelado ou coisa parecida. É tãããão viciante... Tão bom! E acontece-me sempre o mesmo: "Já comi duas filas,mesmo?!" É isso que me chateia. Não que alguém me proíba de o comer - como diz Jerry Seinfeld, só quando os nossos pais andam em cima de nós é que nos é completamente impossível comer todos os doces que queremos - mas tenho uma certa preocupação com as quantidades destes açucares. E não é só isso... Nunca me deixa completamente satisfeita! Acabo de o comer e... e depois? Depois quero mais qualquer coisa. Deve ser esse o mal que Ricardo Reis encontra nos prazeres excessivos - a sua efemeridade. E eu encontro-a... no chocolate.

Agora penso. Não faz sentido que em estados pseudo-depressivos ou depressivos mesmo, pós-relação ou em simples "situações chatas" as pessoas recorram ao chocolate! Afinal, porque é que é ele que nos socorre? Porque é excepcionalmente bom e porque nos sentimos excepcionalmente mal. Só com dois extremos opostos encontramos o meio, e, dizem, é no meio que está a virtude. Mas bem vistas as coisas, talvez o chocolate só piore tudo. Porque a sensação que nos dá é efémera. Esvai-se. É ilusório. Dura pouco. E de que serve iludir uma dor? É como por um penso sobre uma ferida, e quando pensamos que está tudo ok, tiramo-lo, e aí reparamos que foi a parte da cola que ficou sobre a ferida. (Ok, mas onde é que eu ando com a cabeça? Isto era para ter piada, mas agora acho que é apenas sádico.)

Em suma, não há muito que concluir... Acho que dos textos escritos as melhores conclusões que se podem tirar são as do leitor. Porque para quem escreve, a conclusão está nas palavras do próprio desenvolvimento... E uma conclusão disso mesmo seria perífrasear (nem sei se o termo existe) .

No comments: