Sunday, March 15, 2009

Imobilidade e Apatia

Paro. Escuto, mas não há nada que queira ouvir.
Os sons demasiado agúdos causam-me nauseas
E o cheiro é nauseabundo.
Parece-me que estou num submundo,
Ou num mundo paralelo,
Onde o meu rosto cândido ficou amarelo
E há verde de musgo.
O que queria era ouvir música clássica
Num lapso de musicalidades
Queria acreditar que as músicas são as verdades
E que isto aqui é um rochedo.
É que, na verdade, eu tive medo.
(Mas não digam a ninguém)
E se o tive é porque não tenho,
Talvez o tenha é esquecido
Sem querer abusar da sorte.
Hoje não sinto a vida nem a morte.
Tudo se me passa e eu passo por tudo
E nada se me ocorre para o explicar.
Nas ondas do vendaval esqueci de mim
E tranformei-me em largo mar
Onde tudo é frio e salgado
Transparente, desmembrado,
E já não me posso afogar.

Aleluia, esqueci-me de afogar.

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