Saturday, August 25, 2007

Chuva de Agosto

Há motivos que me levam a escrever que ainda me deixam pasmada.
Enfim.
Interprete-se isto do modo que se queira, porque, afinal, a que mais se resume a comunicação que a uma questão de interpretação? As coisas são como nós as conhecemos, e a todo o processo que envolve o conhecimento corresponde a sua interpretação, a maneira como nós apreendemos seja o que for. As coisas são como nós as vemos, e essa verdade basta-nos. Seremos portanto pouco rigorosos? Talvez. Mas que traria de mais/melhor uma certeza absoluta do que são as coisas? Seriam para nós, então, uma desilusão? Ou é o mundo feito de uma substância, matéria tal, que apesar de por nós incompreendida tem capacidade de ser bem melhor/mais do que a julgamos? Não será melhor ficarmos pela incerteza? Talvez. A incerteza e a dúvida podem ser muito, mesmo muito más. Mas acho que apenas quando fazem parte de um processo de decisão, ou seja, quando num curto ou longo espaço de tempo temos de decidir entre duas ou mais partes. Quando podemos viver numa ilusão boba do que nos rodeia, quando todo este desconhecimento (ou não) é a única coisa com que podemos contar, a incerteza não me parece tão má. Digamos que se tudo nos correr de feição, podemos crer que é a realidade pura. Se assim não for, podemos sempre culpar a ilusão.

Hoje pus-me a pensar sobre amor platónico. Existirá mesmo? Existirá quem acredite? Existirá quem queira acreditar? Existirá, nalgum apartamento, casa ou esquina, algum perdido à procura de um verdadeiro amor platónico? De certo que quem leu todas estas perguntas, se é que alguém o faz, as achou ridículas. Das duas uma: ou se é (ou se acha) demasiado contemporâneo para acreditar nessas mariquices, e afinal, se hoje vivemos num mundo onde imagens de cariz sexual aparecem num abrir de olhos isso é uma impossibilidade, ou se é/acha um apaixonado que prefere acreditar mesmo naquilo que não vê nem que seja só pela beleza teórica da questão. Sinceramente, não tenho muito que argumentar sobre a questão (o que parece estúpido, até porque disse ter pensado no assunto), apenas estou curiosa sobre o que os outros acham. Porque se por um lado quero acreditar que existe, preciso de saber que não sou a única. E porque sei que certos ímpetos não se podem evitar. Gostava de saber a opinião de outros.

Despeço-me, sem muito mais que dizer. Apenas que hoje foi um dia bom.

Gostei de sentir a chuva num dia de calor.

Mas amanhã... será melhor ainda.

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